O FASCISMO POP DOS EUA

Ulisses Lopes
9 min readApr 28, 2021
Como os EUA usam a mídia e cultura Pop pra espalhar seu fascismo particular e criativo.

Desde o fim da segunda guerra mundial, o famoso “passeio nazifascista no mundo” onde o capitalismo foi levado às últimas consequências, os EUA se posicionaram com certa vantagem em comparação a seus “aliados” e assim como a URSS, teve pouco prejuízo nesta empreitada onde a Europa inteira ficou devastada por ter sido o palco dos conflitos e com o prejuízo de apenas um Pearl Harbor, os EUA passam na frente da Inglaterra como a nação mais rica do mundo, dando um incrível superávit no padrão de vida dos americanos que estavam devastados pela crise de 1929 e agora viam o sonho americano renascer desde a corrida do ouro, mas quando os pobres começam a ficar bem de vida, com muito dinheiro e com pouca ou nenhuma dívida, o governo capitalista “liberal” precisa agir, para não perder as rédeas da situação e assim, é preciso criar um novo clima de ameaça e solução estúpida, e é onde entra o ator-presidente Ronald Reagan e a cultura do fascismo Pop dos EUA começa, principalmente com a neurótica guerra fria intensificada pela mídia burguesa e uma pretensa ameaça causada pelo Vietnam, um país de alagadiços e população rural em maioria, que assim como na guerra da Coréia, esmagaram os sonhos americanos no sudeste asiático, mas em seus filmes são dias heroicos de superação a ponto de fazer os americanos mais ignóbeis a acreditarem que os EUA ganharam essas guerras, ou ainda, que eles derrotaram Hitler em Berlim, mérito da URSS o que a tornou o bicho papão na visão negacionista da cultura de extrema Direita americana, alimentada pela Direita republicana e democrática, onde definiram que os EUA precisam manter essa aura de heróis da liberdade como plano de governo, indiferente se o presidente for Democrata, o que na verdade nunca fez tanta diferença…

Atuando como presidente, só faz o que mandam

Pode-se imaginar que os EUA aprenderam muito sobre fascismo pois também invadiram a Itália e ajudaram a destruir Mussolini e como sempre em busca dos melhores espólios de guerra, aprender como que pessoas tão desqualificadas como Hitler e Mussolini convenceram os cidadãos italianos e alemães, com histórico de terem grandes filósofos no passado e contemporaneidade, cultura religiosa cristã, economia relativamente estável, terras cultiváveis, cultura milenar, mas mesmo assim criaram campos de concentração, queima de livros, o holocausto judeu, de deficientes, de ciganos… Em suma, como dois patetas conseguiram criar nações pautadas em preconceito, estupidez e violência na mente das pessoas? Com a boa e velha burguesia!

Não existem mais reis absolutistas na Europa, então os ditadores militares se tornaram os novos mimados estúpidos ávidos pelo controle e medo de discordantes mas sem a ajuda da mídia e poder religiosos, seriam apenas marionetes nas mãos dos intelectuais de oposição, e não teriam apoio popular, e quem mais poderia patrocinar isso senão a iniciativa privada? Não existe ditadura militar sem iniciativa privada, pagando tudo e tendo em troca muita lucratividade, mesmo que precisem pisar em muitos crânios de inocentes pelo caminho, e esse é o sgredo por detrás da revitalização alemã no pós primeira guerra, que quase rendeu um prêmio Nobel ao Adolfinho, o artista plástico pobre e invejoso dos judeus, que teve como maior mérito pessoal sobreviver à uma bomba de gás mostarda…

Lacração na imagem, mesmo comportamento

Notando esse padrão, temos os EUA retornando da segunda guerra com as informações necessárias para criar seu próprio fascismo, com muito cinema, música e white thrash armado criando suas milícias, pois a propaganda e dominação cultural foram as peças chave para a manipulação das populações que precisavam sentir-se patriotas, parte da guerra, não somente como soldados descartáveis, mas mantendo a produção de aliementos e produtos utilizáveis na guerra, através de cartazes, programas audio-visuais e discursos, muitos discursos. Não é a toa que se estuda o período citado em História do Design, pois foi quando mais se convenceu as pessoas que elas estavam lutando por deus, justiça e liberdade, mas não a dela. Dizem que Hitler era um cone de Goebbels, o ministro da propaganda do terceiro Reich que recebeu homenagem do antigo secretário da Cultura do Brasil, que sentiu-se a vontade para fazer este Cosplay infame no pior governo que o Brasil já teve, provando que o filósofo pós-modernista Tiririca estava equivocado em “pior que está não fica.”

A partir da metade do século XX, os EUA investiram maciçamente em cinema, quadrinhos, literatura e TV, com a clara intenção de criar na mente dos acomodados americanos médios que o consumo pleno e infinito é a meta de vida para ser feliz, mas o resto do mundo não deixa, seja Cuba se libertando da ditadura americana na ilha, seja a URSS discordando da visão política dos EUA e tendo maiores conquistas científicas, seja o Brasil, se tornando um país progressista demais e com o maior cinema do mundo, em qualidade e quantidade de filmes, influenciando até os pobres cidadãos brancos americanos, que mataram seus nativos, desprezam seus negros e chineses e não possuem uma cultura que possam chamar de sua, e assim o governo e os magnatas do ShowBizz (Bizz vem de Bussiness) se juntaram para umacultura legitimamente WASP, White Anglo-Saxon Protestant, mesmo utilizando empresários judeus pra patrocinaram e roteirizar e os negros para a cultura musical, onde deixam claro no filme A voz suprema do Blues, “eles só querem nossos talentos, não a gente”.

Não é preciso ir muito longe para perceber que enquanto o mundo Pop americano criava seus heróis com pretensa variedade de cultura, todos representavam o “espírito fascista americano” onde a bandeira dos EUA era sempre retratada, dando ao pobre ignorante branco uma falsa sensação de pertencimento a um time vencedor, seja o Super-Homem ou Capitão América, seja Batman ou Mulher Maravilha, todos eram no início valentes faladores de inglês, seja o alienegena ou a princesa grega, que defendiam os EUA de suas ameaças externas, sejam de outro país, planeta ouapenas discordantes da cultura capitalista vigente, do “Winner-Loser” ou de etnias diferentes que tenham uma visão discordante. Na segunda guerra mundialo vilão eram os nazistas, depois foram os comunistas, agora são os árabes, latinos, gays, negros, todos que não nasceram homem branco supostamente heterossexuais e pseudo cristãos, ou seja,ameaças.

“Em quem Jesus atiraria?” é o novo “O que Jesus faria?”

Claro que a cultura Pop fascista dos EUA precisam de um suporte religioso e assim Jesus que na bíblia dizia pra ninguém apedrejar ninguém, renasce como militante pró-arma e as vezes até anti-semita (como ocorreu na Alemanha nazista) pois como citado antes, a burrice é um dos pontos chave para que o cidadão intelectualmente indefeso possa render-se a discursos tão controversos que se refutam no próprio enunciado, mas que no século XX e XXI ganhou o escudo da “opinião”, que para os mimados, superam os fatos e a realidade, pondo os cientistas e acadêmicos como os novos vilões internos, quase terroristas, mas não se preocupe, você nunca verá um pós-doc atirando em pessoas aleatoriamente na rua, em shoppings ou escolas, principalmente se não for homem branco. A ideia de um Jesus fascista americano certamente nasceu da associação de rifles que reúne o que há de mais podre na alta sociedade dos EUA, principalmente sulistas, os derrotados da guerra civil e até hoje reduto do que há de mais podre e preconceituoso nos EUA, de maioria Republicana, não por acaso.

Espera-se que você se pergunte, mas toda essa revolução cultural americana com a ascenção e reconhecimento dos negros, latinos e até coreanos na cultua americana, desde a música, esportes e até no Oscar, não seria um ponto de mudança nessa mentalidade deles? E a resposta é um sarcástico NÃO!

Com o advento da internet e sua popularização, esses povos começaram a ter mais voz, reconhecimento e até influência sobre as pessoas, pois as mídias tradicionais e a publicidade decidiam quem “existia” na noção de realidade do cidadão mediano, com similar em todas as partes do mundo, e ao invés desses grandes veículos de mídia manterem a opinião racista do século XX, agora elas praticam seu tipo de lacração capitalista, a “lucração”, e até já criaram termos como Pink Money, homofóbico e funcional, fazendo os LGBT+ se sentirem inclusos, ao invés de revoltados, como os acadêmicos de esquerda explicam em videos na internet e são taxados de “Marxismo Cultural”. Enquanto famosa marca faz comercial com “inclusão étnica” os seus diretores patrocinam e fazem lobby para políticos e leis anti-feministas, homofóbicas e contra muçulmanos, que se tornaram inimigos dos EUA desde que os EUA passaram a invadir esses países em busca de petróleo, mas na mídia vendiam como “proteção do país”, mas como se defende de uma invasão indo atacar populações pobres do outro lado do mundo?

“Menos pior que o Trump me faz melhor”

Você já deve ter escutado que os EUA são os heróis do mundo, que são retratados em seus filmes como militares que vão salvar crianças e mulheres inocentes em um país árabe sem terem sido chamados, em troca de um sorriso no rosto do resgatado e pra se redimir de um passado violento, com seus soldados loiros e um negro, o famoso “cotista do elenco”, que as vezes divide com um latino Republicano. Na realidade, em todos os governos americanos do pós-guerra podemos notar uma invasão dos EUA, desde o Irã até o Afeganistão, os tentáculos do fascismo Pop americano se estendeu com a única intenção de pilhar esses países e deixar pra trás muito sangue e franquias de Fast Food, a noção americana de “espalhar democracia”. Lembremos também que os EUA patrocinaram todas as ditaduras militares na América Latina e pelo mesmo motivo, pra frear um esquizofrênico avanço comunista, que ainda cola nos redutos mais afetados da internet no Brasil, onde subiram ao poder ditadores incompetentes que seguiam a cartilha de submissão americana, enquanto discursavam sobre patriotismo, fim da corrupção e liberdade. Caso não consigam imaginar, vejam a trajetória presidencial do excrementíssimo chefe da nação de 2019 a 2020 no Brasil.

Certo famoso professor e filósofo com deficiência capilar dizia-se intrigado como as escolas públicas americanas são tão ruins enquanto as universidades são tão boas, e bastaria uma pesquisa rápida para perceber que o sistema educacional americano divide os cidadãos em três tipos:
- Inteligentes, vão pra faculdade com bolsa paga, normalmente se tornam republicanos
- Burros mas atletas, vão pra faculdade com bolsa paga, se tornam republicanos quando enriquecem
- Burros sem serventia, viram soldados e atendentes de serviços populares, sempre retratados como Losers no filmes americanos, principalmente se ainda vivem na mesma cidadezinha. Republicanos de Extrema Direita

Claro que existem poucas exceções, que acabam se tornado Democratas por correrem fora do esquema e chegam a se tornar artistas e documentaristas, mas na necessidade de sustento, acabam pouco a pouco cedendo ao sistema, que controla todo o capital, tendo pouco espaço para candidatos realmente de esquerda, que salvariam um país com crescente número de miseráveis brancos.

Pobre país mais retentor de riquezas do mundo…

Já dizia um pensador que o nazifascismo é a última etapa do capitalismo, sem freios ou limites, onde o machismo venceu e dominou a todos, mas dada suas características, nunca se sustenta por ser auto-destrutivo por vários motivos, sendo o mais principal, que nenhuma ideologia anti-coletivismo vai superar as consequências impostas pela realidade. Claro que é muito fácil controlar pessoas intelectualmente indefesas em crise, com escolaridade pífia que privilegia os mais inteligentes que foram assistidos em casa pelo interesse de seus pais, onde seu primeiro filtro social são os clubes da escola que obriga os alunos a encontrarem um lugar para desenvolver seus talentos que sempre terminam em mercado de trabalho, e quem não seguir essa regra são chamados de “desajustados”, pretensos criminosos e pessoas a serem evitadas socialmente, enquanto outros jovens com baixa auto-estima tentam se enturmar com os ricos da escola, uma das grandes sacadas do fascismo Pop dos EUA, colocar as crianças ricas e pobres no mesmo ambiente, para que todos queiram ser como os abastados, pseudo-felizes e Winners, mas por dentro, só angústia e bulimia, principalmente se forem mulheres. some essa pressão social a cultura armamentista e teremos a resposta de tantos atiradores semanais no país que se vende como exemplo de sucesso e qualidade de vida, mesmo que o IDH discorde…

Tente agora assistir aos produtos de cultura Pop americanos e as noticias do país com esta percepção, de que é sempre o mesmo discurso, e como os americanos são afetados, como reagem e como influenciam as pessoas mais desestruturadas psicologicamente, assim entenderá como terraplanistas, antivacinas e Coachs quânticos saíram todos do mesmo lugar…

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Ulisses Lopes

Quando a necessidade de ler se torna a necessidade de escrever, eu escrevo. Por mim mas para os outros.